domingo, 28 de agosto de 2011

Dirceu compara revista brasileira a diário inglês fechado por praticar escutas ilegais

27/8/2011 15:15,  Por Redação - de São Paulo
Dirceu
José Dirceu foi ministro no governo Lula

Capa de uma revista semanal de grande circulação no país, neste fim de semana, o ex-ministro José Dirceu deverá ingressar com uma ação judicial contra a editora da publicação, ligada a grupos de ultradireita no Brasil e no exterior, por crime contra os direitos individuais do cidadão.  

Dirceu afirma que, “depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade”.

– Houve a prática de um crime, no momento em que ele (o repórter Gustavo Nogueira Ribeiro) tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília – afirmou Dirceu ao Correio do Brasil.

Segundo o ministro, a publicação iniciou um “verdadeiro ardil” nesta quarta-feira, quando o jornalista Gustavo Ribeiro se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto em que normalmente se hospeda.


– Uma vez alojado no hotel, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava, porém, com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão.

Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima.

O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial – disse.


Nova tentativa

Ainda na tentativa de seguir os passos do ex-ministro-chefe da Casa Civil, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o repórter se fez passar por assessor da Prefeitura de Varginha junto à administração do hotel, e insistia em em deixar no quarto “documentos relevantes”, relata Dirceu.

– Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome.

O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos” – acrescentou.

De acordo com o ex-ministro, “os procedimentos de Veja se assemelham ao escândalo recentemente denunciado na Inglaterra, do tablóide News of the World“.

– O diário inglês tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais.

O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos – lembrou.

O ex-deputado petista e líder guerrilheiro contra a ditadura militar, durante os Anos de Chumbo, viu-se novamente diante da prática utilizada por agentes da repressão enquanto um outro repórter da mesma revista,

Daniel Pereira, buscava invadir sua privacidade, já no dia seguinte, após a publicação obter, de maneira a ser explicada no curso do processo-crime, as imagens de personalidades do mundo político e empresarial recebidos por ele, em trânsito pelo hotel.

– No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, foi a vez de outro repórter da revista entrar em contato com minha assessoria, com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília – pontuou.


Invasão de privacidade

“O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide”, escreveu nesta sexta-feira, em seu blog, o ex-ministro.

As perguntas enviadas pela revista foram:

“1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel.
 Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

“2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

“3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?”


Farsa

Diante da movimentação constatada ao longo da semana, o ex-ministro soube também, por diversas fontes, “que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos”, disse.

– Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades.

Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais – concluiu.


As mais acessadas do CdB

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O que Publicam os Principais Jornais do País, nesta quinta-feira (Sinopse Radiobras)


Rebeldes estão a patrulhar as ruas e a revistar todos os veículos na capital líbia
AP


O Globo

Manchete: Rebeldes ainda combatem, mas já prometem eleições
Conselho opositor oferece anistia e recompensa por Kadafi: vivo ou morto

Embora ainda haja combates intensos em Trípoli e em outras cidades do país, o conselho rebelde mostrou ontem que tem pressa em iniciar a transição e anunciou para daqui a oito meses as primeiras eleições livres da Líbia. Ofereceu também anistia e uma recompensa de US$ 1,7 milhão a quem capturar ou matar o ditador Muamar Kadafi. Numa ofensiva diplomática, líderes do conselho foram ao Qatar e à França, na tentativa de assegurar recursos de US$ 5 bilhões para o seu governo. Os EUA pediram ao Conselho de Segurança da ONU que descongele US$ 1,5 bilhão em fundos líbios para financiar o governo rebelde. (Págs. 1, 31 a 34 editorial "O risco de a Líbia virar outro Iraque")


Uma vez Flamengo...

Filho de um ex-diplomata de Kadafi que serviu no Brasil e desertou, Mohamed Firjani foi um dos milhares de líbios que entraram na fortaleza do ditador e viram como era a vida de luxo que ele levava com seus filhos, relata Deborah Berlinck. "Kadafi acabou!", exultava ele, que fez questão de vestir a camisa rubro-negra ( Págs. 1 e 31)


Artigo
"Nós fomos libertados de nossos próprios medos" (Ghazi Gheblawi, cirurgião ensaísta e poeta líbio) (Págs. 1 e 34)


Isso não é Roma antiga, diz Dilma
Classificada ontem como a terceira mulher mais poderosa do planeta pela revista “Forbes”, a presidente Dilma Rousseff disse que a faxina ética não é meta de seu governo, mas sim a faxina contra a pobreza. E que não quer ranking de demissões. “Isso não é de fato Roma antiga”, afirmou. (Págs. 1, 4 e 9)

Briga entre ‘safado’ e ‘débil mental’
Os senadores Humberto Costa, líder do PT, e Mário Couto (PSDB) quase trocaram tapas ontem, durante bate-boca sobre corrupção que começou na tribuna e acabou no cafezinho. O petista xingou o tucano de débil mental e foi chamado de safado. (Págs. 1 e 3)


Denunciados no STF renunciam a comissão
PT e PMDB obrigaram ontem os deputados João Paulo cunha, réu no mensalão e Eduardo Cunha, alvo de inquérito no STF, a desistir de comandar a comissão sobre mudanças no Código de Processo Civil. (Págs. 1, 3 e Merval Pereira)

Historiador: Cadeia da Legalidade criou ilusões na esquerda (Págs. 1 e 12)


Cacciola faz planos sobre o seu futuro e procurador teme fuga. (Págs. 1 e 25)


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Folha de S. Paulo

Rebeldes oferecem prêmio por ditador vivo ou até morto
Recompensa por Gaddafi inclui anistia mais R$ 2,5 milhões; para chanceler do país, oposicionistas já venceram a guerra

O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transito), Abdel Jalil, anunciou que qualquer pessoa do círculo de Muamar Gaddafi que o mate ou capture receberá “anistia total” de crimes cometidos durante o regime, além de recompensa de R$ 2,5 milhões.

A frente de oposição diz ter o controle de 80% de Trípoli, que ainda registra fortes confrontos. Poucos civis se arriscam a sair às ruas. (Págs. 1 e Mundo)

Steve Jobs renuncia ao comando da Apple
Steve Jobs, 56, anunciou que deixará o cargo de presidente-executivo da Apple, que ocupa há 14 anos.

Os motivos não foram revelados. Jobs, que estava de licença médica, segue como presidente do conselho.(Págs. 1 e Mundo A16)


França anuncia taxa de 3% sobre renda dos ricos
Após carta de 16 milionários franceses se propondo a pagar mais impostos, o presidente Nicolas Sarkozy aprovou pacote com sobretaxa de 3% para quem tiver renda superior a 500 mil euros anuais (R$ 1,15 milhão).
A medida integra pacote para arrecadar 12 bilhões adicionais. (Págs. 1 e Mundo A15)

Consulado terá poupatempo para vistos dos EUA
O Consulado dos EUA em SP vai inaugurar em novembro espécie de serviço poupatempo para tentar acelerar a concessão de vistos.
Serão abertos de três a cinco postos para procedimentos como tirar impressões digitais e foto. A entrevista continuará a ser feita no consulado. (Págs. 1 e Cotidiano C10)


Alckmin quer aposentadoria complementar para servidor (Págs. 1 e A7)


Até 2013, Planalto vai destinar R$ 850 mil para microcrédito (Págs. 1 e A11)


Jânio Quadros Neto: Meu avô pensava que iria voltar mais fortalecido
Hoje é o 50º aniversário da renúncia de meu avô à Presidência. Em 25 de agosto de 1991, ele me disse já no hospital: “A renúncia era para ter sido uma articulação, nunca imaginei que seria executada. Imaginei que voltaria ou permaneceria fortalecido”. (Págs. 1 e Opinião A3)


Editoriais
Leia “Faxina e sangue”, sobre acenos da presidente Dilma para sua base de apoio, e “Caminho errado”, acerca de suspeitas de abuso policial. (Págs. 1 e Opinião A2)


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O Estado de S. Paulo

Manchete: Chanceler de Kadafi admite derrota, mas conflito continua
Membros do governo já não têm contato entre si; ditador segue desaparecido e há recompensa pela captura

Abdul Ati al-Obeidi, chanceler de Muamar Kadafi, admitiu ontem que o regime instalado há 42 anos na Líbia caiu diante da ofensiva rebelde. As declarações foram feitas horas após a tomada de Bab al-Azizia, o quartel-general do regime em Trípoli. Segundo o chanceler, os ministros perderam o contato entre si, o que demonstra a dissolução da administração. Combatentes rebeldes, brigadas e mercenários leais ao ditador, no entanto, travavam ontem intensas batalhas na disputa pelo controle de pontos estratégicos da capital Líbia. O ditador continua desaparecido, mas pede ao povo que resista e promete voltar ao poder. Os rebeldes seguem tentando capturá-lo. Empresários líbios ofereceram ontem recompensa de US$ 1,7 milhão a quem entrega-lo “vivo ou morto”. (Págs. 1 e Internacional A13 a A18)


Brasil vai discutir transição

Os governos da França e da Grã-Bretanha anunciaram uma "conferência de amigos da Líbia" no dia 1º, em Paris, para discutir a transição no país. O Brasil participará (Págs. 1 e A18)

Ministro pagou empresa da campanha com verba oficial
Três dias após as eleições de 2010, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP) – à época deputado federal que tentava a reeleição-, usou verba da Câmara para ressarcir despesas com empresas de táxi aéreo que prestou serviços à sua campanha. A Aero Star Táxi Aéreo Ltda. emitiu dois recibos, de R$ 18.300 e R$ 8.850, para Negromonte, que entregou as notas à Câmara para comprovar a despesa da "cota para exercício da atividade parlamentar". (Págs. 1 e Nacional A4)

Maluf negociou para sair da lista da Interpol
Paulo Maluf negociou com a Justiça dos EUA para ter seu nome retirado da lista dos procurados pela Interpol em todo o mundo e poder viajar. No final, desistiu do acordo. (Págs. 1 e Nacional A10)

Descoberto rio sob o Rio Amazonas
Pesquisadores do Observatório Nacional encontraram evidências de um rio subterrâneo de 6 mil quilômetros bem embaixo do Rio Amazonas, informa o repórter Alexandre Gonçalves. A descoberta foi com base em dados obtidos pela Petrobrás enquanto procurava petróleo. (Págs. 1 e A22)

Cacciola cumprirá pena em liberdade condicional (Págs. 1 e Economia B7)


Taubaté vai pagar piso de R$ 3,3 mil a professor (Págs. 1 e Vida A25)


Trem ligará São Paulo a Jundiaí em 25 minutos (Págs. 1 e Cidades C1)


José Serra
50 anos e um falso dilema

A explicação de Jânio Quadros para a renúncia enfatizou sempre a contradição até hoje invocada para justificar malfeitos. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)

Veríssimo
Foi pessoal

Em 1986, fui atacado pelo Kadafi na Itália. Quinze anos depois, estava eu em Nova York quando fui, de novo, sorrateiramente agredido. (Págs. 1 e Caderno2 D12)

Notas & Informações
Desoneração desastrada

O governo terá de consertar o Plano Brasil Maior se quiser preservar sua parte mais inovadora. (Págs. 1 e A3)


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Correio Braziliense

Manchete: O gênio da Apple sai de cena
Sim, ele é o cara do iPod, do iPhone e do iPad. O mentor de uma revolução tecnológica que mudou o jeito de o mundo ouvir música, lidar com o celular, navegar na internet. O mago que fez o capital da Apple pular de US$ 5,4 bilhões em 2001 para US$ 65,2 bilhões em 2010. E que na semana passada chegou a valer tanto quanto os 32 maiores bancos europeus juntos. Ontem à noite, o dono dessa carreira invejável renunciou à presidência da companhia. Abalado por um raro câncer no pâncreas, Steve Jobs estava de licença médica havia nove meses. Ele indicou Tim cooks para substituí-lo. E disse que continua na empresa. Agora, como presidente do conselho da Apple.

Jobs confiou na intuição ao escolher o sucessor

Ações da empresa caem após anúncio da renúncia

Companhia é a segunda mais valiosa do planeta (Págs. 1, 12 e 13)


Dilma é a 3ª mulher mais poderosa do mundo
Na lista das 100 mulheres mais influentes do planeta, a presidente Dilma Rousseff só fica atrás da chanceler alemã, Angela Merkel, e da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Outra brasileira no ranking, publicado pela revista Forbes, é a modelo Gisele Bundchen, que ficou na 60º posição. (Págs. 1 e 3)


Turismo: Dinheiro da Copa para entidades sob suspeita
Investigados pelo Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro de Hospedagem e o Instituto Centro-Brasileiro de Cultura têm convênios de R$ 18,9 milhões para qualificação de trabalhadores. A assessoria do ministro Pedro Novais afirmou que todos os contratos assinados serão revistos. (Págs. 1 e 2)


Servidores: Fundo de pensão vira batalha no Congresso
Aprovada numa comissão da Câmara sob vaias e protestos de funcionários públicos, a criação da previdência complementar da categoria deve ser concluída na próxima semana. No entanto, emendas apresentadas podem tirar da nova regra as carreiras mais bem remuneradas do poder público. (Págs. 1 e 14)

Brasil tenta aproximação com líderes rebeldes
Mesmo sem reconhecer o Conselho Nacional de Transição, que assumiu o governo libio após a invasão de Trípoli, o Itamaraty já articula a manutenção dos investimentos brasileiros no país africano. A captura do ditador Muamar kadafi, vivo ou morto, vale recompensa de R$ 2,5 milhões. (Págs. 1, 22 e 23)

O pesadelo do cheque especial
Os juros dessa modalidade de empréstimo são os mais altos do crédito no país, com média de 188% ao ano. É o maior índice em 12 anos. (Págs. 1 e 16)

Banco de DNA contra o crime
Senado aprova a criação de um cadastro nacional com os dados genéticos dos condenados. Especialistas consideram a medida arbitrária. (Págs. 1 e 10)


Menos sal, mais saúde
O consumo em excesso de sódio aumenta a incidência de doenças crônicas. Uma campanha vai alertar sobre os riscos do uso exagerado do produto. (Págs. 1 e 25)
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Valor Econômico

Manchete: Crescimento não alivia contas de Estados do NE
O crescimento econômico mais acelerado do Nordeste nos últimos anos não se traduziu até agora em melhoras significativas nas contas dos Estados da região. Os maiores problemas estão nos menos populosos - Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas, que combinam incapacidade de investimento próprio com descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Já Piauí e Sergipe continuam dependendo fortemente da ajuda do governo federal, embora suas receitas próprias tenham se elevado sensivelmente na última década, como resultado da expansão econômica. Segundo o Tesouro Nacional, a arrecadação de tributos estaduais representou 47% das receitas correntes dos Estados do Nordeste em 2010, contra uma média nacional de 63%.

A folha de pagamento inchada é o grande problema da maioria dos governadores da região, entre os quais Ricardo Coutinho (PSB), da Paraíba. No último relatório de gestão fiscal, do primeiro quadrimestre deste ano, o Estado tinha 52,8% da receita corrente líquida comprometida com os salários dos servidores do Executivo, acima do teto de 49% imposto pela lei fiscal. Desde que assumiu, em janeiro, o governador conseguiu reduzir em cerca de cinco pontos percentuais as despesas com a folha, que em janeiro comprometiam 58% da receita. (Págs. 1 e A3)

Ainda falta democracia nos partidos
Levantamento obtido pelo Valor mostra que PT e PMDB são os partidos com mais democracia interna, por apresentarem as menores taxas de comissões provisórias nos mais de 5 mil municípios onde estão organizados. As comissões provisórias, que podem ser dissolvidas a qualquer momento, ao menor sinal de rebeldia, são o principal instrumento de controle de caciques políticos sobre partidos médios e pequenos, independentemente de ideologias.

Entre os menos democráticos, com até 99% de comissões provisórias, figuram PP, PR e PTB até PDT, PSB e PV - o presidente do PV, José Luiz Penna, conseguiu derrotar Marina Silva no partido mesmo depois que a ex-senadora obteve quase 20 milhões de votos na eleição presidencial. PSDB, DEM e PCdoB estão no bloco intermediário. (Págs. 1 e A12)

Indústria quer corte de juros para ônibus e caminhões ‘limpos’
A quatro meses de o Brasil dar seu maior salto na legislação de controle de emissões para caminhões e ônibus, as montadoras correm, nos bastidores, para obter do BNDES financiamento com juros mais baixos para a nova geração de veículos. A partir de janeiro, segundo a legislação, os atuais caminhões e ônibus, altamente poluentes, não serão mais vendidos no Brasil, sendo substituídos por similares mais "limpos".

Por causa dos custos do investimento na nova tecnologia, a indústria já avisou que elevará os preços entre 8% e 20%. Por isso, transportadores mais capitalizados já antecipam encomendas para fugir do aumento de preço. De janeiro a julho, enquanto as vendas de todos os tipos de veículos aumentaram 8,58%, o mercado de caminhões cresceu 15,1% e o de ônibus, 21,69%. No mesmo período, o segmento de automóveis registrou expansão de 5,79%. (Págs. 1 e B9)

Dólar a R$ 1,6 e liquidez animam ACC
Exportadores estão aproveitando a cotação do dólar acima ou em torno de R$ 1,60 e a liquidez dos mercados internacionais para países emergentes e estão fechando operações de câmbio em grande volume, já que a expectativa de médio prazo continua sendo de apreciação da moeda brasileira.

Assim, acelerou-se o fechamento das operações de adiantamento de contrato de câmbio (ACC). No ano, até o dia 19, o volume chega a US$ 34,3 bilhões, segundo o Banco Central, quase empatando com o total verificado em 2010 - US$ 37,6 bilhões. É também o maior valor da série histórica para o período.

O Banco do Brasil, que detém um terço desse mercado, acredita que este será o melhor ano da história e espera fechar em contratos de ACC algo superior a US$ 17 bilhões, segundo Allan Toledo, vice-presidente da instituição. Até julho, o banco acumula US$ 10,3 bilhões em contratos. (Págs. 1 e C1)

Pacote de austeridade da França é visto com ceticismo
O ceticismo prevaleceu nas primeiras reações, ontem a noite, ao plano de austeridade anunciado pela França. Analistas previram que as medidas darão algum conforto ao mercado no curto prazo, mas consideraram improvável que elas consigam evitar que a França perca seu rating de crédito AAA.

O principal foco das medidas é o aumento de impostos, a um ano da eleição presidencial. O objetivo é economizar € 11 bilhões em 2012 para reduzir o déficit público dos atuais 5,7% do PIB para 3% em 2013. (Págs. 1 e A17)

Fabricação do iPad fica para 2012
Prometida para este ano, a produção local do iPad só será inciada pela Foxconn em 2012. O diretor do sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Evandro Santos, disse que a empresa deve começar com produtos mais simples, como iPods e iPhones. Ontem, a Foxconn confirmou a produção local - o que ainda não tinha feito oficialmente -, mas não citou produtos ou prazos. A montagem do iPad no Brasil foi inicialmente prometida para novembro, durante visita do ministro Aloizio Mercadante à China, em abril. Depois, foi antecipada para julho e, em seguida, adiada para setembro. (Págs. 1 e B2)

Swiss Re terá resseguradora no Brasil, diz Rolf Steiner (Págs. 1 e C8)


Múltis de alimentos ficam mais locais em emergentes (Págs. 1 e B11)


Câmara discute maior rigor na punição de “insider trading” (Págs. 1, D1 e D9)


Reação aos importados
Em meio a uma disputa societária, a Faber-Castell planeja investir R$ 100 milhões para modernizar suas fábricas e enfrenta a concorrência dos produtos importados, principalmente da China. (Págs. 1 e B3)


Brasil lidera ação verde na Danone
A filial brasileira da Danone exibe o melhor resultado entre as 45 fábricas da companhia na redução da emissão de gases poluentes. Na unidade de Poços de Caldas (MG), a terceira maior no mundo, o corte médio é de 10% ao ano. (Págs. 1 e B5)

Condomínio ecológico
A construtora Calper, em parceria com a Ecoglobal e a Cintrax, planeja entregar em 2016 um megaprojeto residencial no Rio com foco na sustentabilidade. São oito prédios com energia eólica, captação de águas pluviais e tomada para carros elétricos. (Págs. 1 e B8)


Trigo ameaçado no Paraná
A colheita de trigo no Paraná atingiu 4% da área plantada e há indicativos de que a quebra na safra 2010/11 será maior do que a prevista inicialmente, chegando a 28%. Cerca de 72% da lavoura ainda está sob risco climático. (Págs. 1 e B13)


Confinamento ganha ânimo
A recuperação na cotação do boi neste ano deve incentivar o confinamento no país, mesmo com os preços altos dos insumos. A expectativa é de um aumento superior a 30%. No ano passado, houve queda de 9,4%, para quase 1,2 milhão de animais. (Págs. 1 e B14)


Palma mais responsável
Com a concessão do selo de sustentabilidade à brasileira Agropalma, a Mesa Redonda do Óleo de Palma Sustentável (RSPO, na sigla em inglês) anuncia hoje a marca de 1 milhão de hectares certificados no mundo. (Págs. 1 e B14)


Microcrédito produtivo
A partir de agora, o governo vai privilegiar os empréstimos para capital de giro e investimento, em vez do consumo, nas operações de microcrédito, que terão um corte radical nos juros. (Págs. 1 e C5)

BTG negocia corretora chilena
O BTG pactual negocia a compra da Celfin Capital, principal corretora chilena que conta com uma forte área de gestão de recursos de fundos de pensão. O acordo deve ser anunciado nas próximas semanas. (Págs. 1 e C11)

Idéias
Carlos Alexandre Dohler

Maior mérito do plano Brasil Maior foi finalmente abrir espaço em Brasília para debater a desoneração da indústria. (Págs. 1 e A18)

Ideias
Felipe Salto e Samuel Pessôa

Com a nova política industrial do governo Dilma Rousseff, teremos um “Brasil ainda Maior” e mais gastador. (Págs. 1 e A19)


Blogs
O Estrategista
André Rocha escreve sobre a polêmica da carta de gestão


O Consultor Financeiro
Marcelo d'Agosto responde a uma pergunta: por que os fundos fecham?


Casa das Caldeiras

Cláudia Safatle: o mérito da MP dos derivativos está fora de discussão.

Angela Bittencourt comenta a dívida "ampliada" do Brasil, de US$ 405 bi

Ribamar Oliveira: a difícil batalha de Dilma para conter salários de servidores

Cristiano Romero: a China e futuro do Brasil, segundo Barros de Castro

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Estado de Minas

Manchete: BH: Capital dos bares, das mulheres, do pão de queijo, das montanhas... Da inflação
Famosa por seu relevo, boemia, culinária e pelo grande contingente feminino, Belo Horizonte caminha para conquistar um titulo indesejável: a de campeã da escalada do custo de vida. No acumulado do ano até julho, a variação de 4,1% do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getúlio Vargas, era a maior entre as principais capitais, ao lado de Porto Alegre.
Mas, na terceira semana de agosto, a capital mineira disparou na frente, com 0,46%. Também no acumulado até agosto do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, medida pelo IBGE, BH aparece na ponta, com 4,82%. O dado positivo é que os preços são pressionados pela maior alta de renda do país em 12 meses, associada à mais baixa taxa de desemprego. (Págs. 1 e 13)


Acredite se quiser
O dono deste imóvel tem em seu nome uma empresa que movimentou R$ 270 milhões

Esta casa, no paupérrimo Bairro Jardim Teresópolis, em Betim, pertence a José Hazendever Ramos, que trabalha num armazém na mesma região. Mas também é dele o Mercavale, uma das maiores atacadistas de açúcar da CeasaMinas, segundo a razão social da própria empresa, que comprou R$ 270 milhões em mercadorias entre 2008 e 2010. Documentos da Operação Laranja-lima, do MP aos quais o Estado de Minas teve acesso, apontam este como um dos casos de testas de ferro usados num esquema milionário de sonegação fiscal, estourado há três semanas, comandado pelo barão do açúcar Édson Bicalho Braga. Apesar das evidencias, a Justiça revogou a prisão preventiva do empresário. (págs. 1 e 11)


Superpoderosa, Dilma quer ir além da faxina
Apontada pela revista Forbes como a terceira mulher mais poderosa do mundo, atrás da alemã Ângela Merkel e da americana Hillary Clinton, presidente brasileira diz que o combate à pobreza é mais importante que limpar a corrupção nos ministérios. (Págs. 1 e 3)


Prossegue o impasse
Estado considera que decisão do Supremo confirmando o piso nacional não afeta a política salarial para o magistério em Minas e ressalta que o atendimento à reivindicação da categoria levaria ao descumprimento da lei de Responsabilidade Fiscal. Professores recusam propostas de reajuste e decidem manter a greve, que já dura 77 dias. (Págs. 1 e 8)


Salvatore Cacciola: Justiça do rio manda libertar ex-banqueiro acusado de fraudes. (Págs. 1 e 14)


R$ 2,5 milhões pela cabeça de Kadafi
Empresários oferecem recompensa e anistia pela morte ou captura do ditador libio Muamar Kadafi. Enquanto isso, Brasil procura manter contato com rebeldes. Embaixador no Egito diz que, mesmo com o fim do regime, há promessa de respeito aos contratos com empresas. (Págs. 1, 22 e 23)

‘O dia chegou’: Steve Jobs renuncia ao comando da Apple
O cara e a cara da maçã comunicou que não está mais à frente da maior companhia de capital aberto do mundo. O controle foi entregue a Tim Cook, vice-presidente que guiou a empresa durante as licenças médicas de Jobs, diagnosticado em 2004 com um tipo raro de câncer no pâncreas. (Págs. 1 e 20)

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Jornal do Commercio

Manchete: Estado reforça uso da ciência contra o crime( Pág. 1)


Reajuste da prefeitura é de 4% (Pág. 1)


US$ 1,7 milhão por Kadafi, "vivo ou morto" (Pág. 1)


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Zero Hora

Inter bicampeão da Recopa (Pág. 1)


A face desconhecida da legalidade
Em vigília no Piratini. (Págs. 1, 32 e 33)
Luta contra o câncer: Steve Jobs renuncia a comando da Apple
Tim Cook foi o indicado para substituí-lo. (Págs. 1 e 20)


Educação: STF define regras de piso do magistério
Estado admite não ter como conceder aumento ainda neste ano. (Págs. 1 e 38)


Barreiras em rodovias: Brigada investiga PMs rebeldes
Protestos por aumento de salário se tornaram freqüentes. (Págs. 1 e 48)


Uma incursão sob tiros à capital Líbia conflagrada
Repórter de ZH chegou ao coração da guerra. (Págs. 1, 4 a 8)
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Brasil Econômico

Manchete: Maiores lucros da bolsa sobem 40% e somam R$ 83,3 bi
Ranking das 15 empresas com melhores resultados na BM&Fbovespa mostra que pânico dos mercados nos últimos tempos não tem respaldo no desempenho operacional das companhias. Mas lista já aponta os reflexos da crise internacional, com siderúrgicas cedendo posições a grupos como BR Foods e Cosan, que se beneficiaram do bom momento do mercado interno e da alta no preço dos alimentos. (Págs. 1 e 4)



Segundo a revista Forbes, Dilma Rousseff é a terceira mulher mais poderosa do planeta, atrás da premiê alemã, Angela Merkel, e da secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Entre os motivos, dizem analistas, está o protagonismo da economia brasileira no cenário internacional (Págs.1 e 10)
Pão de Açúcar inicia vendas on-line pela TV
Varejistas como o Extra, hipermercado do grupo de Abilio Diniz, e Walmart começam a vender por meio das chamadas televisões conectadas, em que a compra de produtos depende apenas de alguns cliques do consumidor no controle remoto. (Págs. 1 e 18)


Microcrédito terá juro de 8% ao ano
Governo confirma que subsidiará taxas para microempreendedor. (Págs. 1 e 12)


BTG negocia fusão para ser o maior na AL
O banco brasileiro está em negociação com o grupo chileno Celfin que pode torná-lo a maior instituição de investimentos da região. A conclusão do negócio depende de auditoria e de aprovação regulatória. (Págs. 1 e 32)


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domingo, 21 de agosto de 2011

A faxina de Dilma

20/8/2011 17:55,  Por Blog do Miro
No Brasil, o moralismo foi sempre a principal – quando não a única – arma dos setores conservadores contra os governos progressistas. Está fresca na memória de todos a estratégia do demotucanato, em conluio com a mídia, durante os oito anos em que Lula ocupou a Presidência: um jogo de derruba-presidente alimentado por denúncias semanais de corrupção.A prática é antiga, e, em maior ou menor grau, tanto o Getúlio Vargas eleito quanto Juscelino Kubitschek e João Goulart foram alvos de tais táticas – o primeiro tendo toda a imprensa contra si, à exceção da Última Hora de Wainer; JK atacado incessantemente por O Cruzeiro, David Nasser à frente, para quem Brasília era uma mera desculpa para engrossar a corrupção; e quanto a Goulart, basta lembrar que o combate à corrupção foi inúmeras vezes elencado por fontes militares e editoriais jornalísticos como uma das motivações centrais do golpe que o derrubara.Denuncismo vazioNão interessa, nesses denuncismo que ora tem no governo Dilma o seu alvo, se as denúncias procedem ou não. O objetivo não é a moralização do Estado ou de coisa alguma, como fica evidente pelo fato de que tanto a mídia quanto os partidos patrocinadores das denúncias se desinteressam pelos desdobramentos das investigações tão logo o personagem acusado deixa o governo.Os objetivos – cujo fim último é, como os casos de Goulart e de Getúlio evidenciam, o golpe contra o presidente -, são outros:1) Manter a opinião pública permanentemente indignada, com a certeza de que vive no mais corrupto dos países, e ora administrado pelo partido mais vil e pelos mais degenerados dos políticos.2) Impor sucessivos cortes à equipe governista, estreitando sua margem de quadros e de manobras e, ao mesmo tempo, minando suas relações com os partidos da base, que não gostam de ter seus indicados forçados a deixar os cargos.
Dilma na miraFiliam-se à mesma estratégia golpista acima descrita as denúncias de corrupção contra o governo Dilma, ininterruptas desde fevereiro e que já custaram o cargo de quatro ministros. A diferença, agora, é a postura da presidente. Ao invés de denunciar a estratégia midiática, como Lula fazia, ela não só tem se deixado pautar pela mídia mas, ultimamente, vem aceitando o apoio de cardeais tucanos para a sua “faxina”.Ora, é preciso uma enorme dose de ingenuidade para não se aperceber dos riscos que tal estratégia traz consigo. Em primeiro lugar, não é preciso nenhuma expertise para se dar conta de que uma matéria com FHC e Dilma na foto, o primeiro saudando o combate o combate à corrupção promovido pela presidente, leva diretamente ao legado de outro ex-presidente, ausente na foto: se há corrupção a ser combatida e este combate é apoiado até por FHC é porque Lula a deixou.Além disso, a mídia demotucana já se deu conta – graças, entre outros fatores, à repercussão do desempenho da Polícia Federal no governo Lula – de que a opinião pública não tende a associar o aumento de investigações sobre corrupção ao combate desta – pelo contrário. O mito acachapante de que durante a ditadura militar praticamente não havia corrupção alimenta-se precisamente desse paradoxo: como não se podia noticiar a corrupção é como se ela não existisse. De forma inversa, a impressão, amplamente difundida em certos estratos, de que os governos Lula e Dilma são extremamente corruptos viria justamente da profusão de denúncias e anúncios de investigações em curso.Refém em potencial
Por fim, parece evidente que esse apoio público de setores conservadores à “faxina” promovida por Dilma vai retroalimentar e hiperdimensionar o tal combate à corrupção, e que a mídia, a cargo de pautar e ditar o ritmo de ação da “limpeza” pode levar o governo a uma situação vulnerável, tendo de cortar na carne seus quadros no Executivo, gerando atritos cada vez maiores com a base aliada e tornando mais vulnerável a própria autoridade presidencial.
É urgente, portanto, que Dilma Rousseff repense os termos de sua relação com a mídia e com a oposição, de modo a abrir mão do populismo neoudenista implícito no conceito de “faxina” contra a corrupção (sem abrir mão do combate a esta) e sem se deixar pautar. Do contrário, a possibilidade de se tornar refém da agenda tucano-midiática é real.
(Foto de Jânio Quadros retirada daqui)

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Em missão da Nasa, Júpiter ajudará a revelar origens da vida no Sistema Solar




O estudo sobre Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, ajudará a revelar as origens do grupo planetário graças à missão Juno da Nasa - agência espacial americana -, que parte nesta sexta-feira a uma viagem de cinco anos que tem como meta surpreender não só com respostas, mas com descobertas inesperadas.
A missão Juno é a segunda missão eleita sob o plano "Novas Fronteiras", um programa misto entre a Nasa e o setor privado, centrado em um projeto para a prospecção do Sistema Solar com um orçamento de US$ 1 bilhão.
Juno, a deusa da maternidade e protetora das mulheres na mitologia romana, partirá ao encontro de seu marido Júpiter, a principal deidade do panteão romano, a bordo do foguete Atlas V a partir do Centro Espacial Kennedy da Nasa, em Cabo Canaveral (Flórida), na busca de respostas científicas.
Em entrevista à Agência Efe, Adriana Ocampo, da divisão de Ciências Planetárias da Nasa e responsável pela missão, indica que, entre as incógnitas que se deseja desvendar, está o papel exercido por Júpiter na evolução e na origem do Sistema Solar e da Terra.
Este planeta de grandes dimensões tem um grande campo magnético que atuou como barreira para impedir que as moléculas dispersas no Universo no princípio de sua história ficassem de fora do Sistema Solar e permitissem o surgimento de vida.
Seu campo gravitacional conseguiu apanhar as moléculas de hidrogênio e oxigênio com as quais se forma a água, ingredientes fundamentais que proporcionaram o desenvolvimento dos oceanos e da atmosfera da Terra, que criaram as condições necessárias para a vida.
"Em vez de ter sido totalmente árida, como teria sido se não tivesse tido moléculas de água e atmosfera, lhe deu a oportunidade de poder capturar essas moléculas levianas", indica Ocampo. Segundo ela, a pergunta que fica pendente para a missão Juno é "por que na Terra surgiu a vida como a concebemos, e não em outros planetas".
"Sabemos que, para a vida, são necessários pelo menos três ingredientes: matéria orgânica, água líquida e uma fonte de energia", como aconteceu na Terra, "mas há outros lugares em nosso Sistema Solar que possam ter tido ou estão tendo essa combinação, o que torna esta missão especialmente interessante", explica a responsável.
Já é conhecida a composição gasosa de Júpiter, principalmente de hidrogênio e hélio, mas a comunidade científica não sabe onde começa o núcleo e se tem uma parte sólida, dúvida que buscarão desvendar com a missão Juno.
Outro dos objetivos é analisar as mudanças climáticas de Júpiter e o impacto que elas têm para a Terra. Desde o século XVII os cientistas observaram a "grande mancha vermelha" de Júpiter, uma tempestade cuja área é duas ou três vezes o tamanho da terrestre e que permanece no planeta há mais de 300 anos.
"Não conhecemos o mecanismo que faz com que uma tempestade dure centenas de anos. Se pudermos entender o sistema climático tão complexo de Júpiter, também vamos poder entender o sistema climático de nosso planeta e, talvez, prever com melhor precisão ciclones e furacões", assinala Ocampo.
Ela destaca que o campo magnético de Júpiter é tão forte que, "se fosse maior, teria sido uma estrela, não um planeta, e nosso Sistema Solar teria sido binário", ou seja, teria duas estrelas. "Mas não chegou a ter a massa suficiente para surgir como uma estrela".
Depois de mais de seis anos de preparação, a missão Juno partirá nesta sexta-feira e Ocampo considera que, tanto para ela, como para a equipe de 250 pessoas que trabalha na missão, é muito gratificante, já que "se conseguiu fazê-la ao custo atribuído e no tempo determinado".
Quando chegar a seu destino em 2016, Juno dará 33 voltas pela órbita de Júpiter para tentar responder algumas dessas perguntas. "Tenho certeza de que haverá muitas descobertas que não esperávamos", salienta a cientista.
EFE