Paulo Bernardo volta a defender regulação da mídia
De acordo com Paulo Bernardo, somente em 2013 o Google faturou R$ 3,5 bilhões de publicidade no Brasil
Publicado em 03/02/2014, às 18h57
Da ABr
O ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira (3) que estuda a apresentação
de um projeto de regulação da mídia, que não interfira no conteúdo do
que é publicado pelos meios de comunicação. O ministro participou nesta
manhã da cerimônia de posse dos novos ministros da Casa Civil, da
Educação, da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom).
“Sou favorável à regulação da mídia,
sempre falei isso e sempre defendi. Nós precisamos apenas chegar a um
acordo sobre qual vai ser o modelo, qual vai ser a forma de conduzir, se
vamos fazer um projeto único ou se vamos fazer por partes”, declarou a
jornalistas após o evento.
Paulo Bernardo disse que o projeto
apresentado pelo ex-ministro da Secom Franklin Martins tem que ser
complementado. “Temos que incluir questões essenciais sobre o que
acontece na mídia de internet”, explicou. Para o ministro, é preciso
criar regulações para o monopólio da mídia.
“O Google está se tornando o grande
monopólio da mídia. A gente vê uma disputa entre teles (empresas de
telecomunicações) e TVs e, provavelmente, se durar muitos anos, o Google
vai engolir os dois”, declarou. Para o ministro, há uma situação
assimétrica de empresas que vendem serviços pela internet e não têm as
mesmas responsabilidades que veículos tradicionais.
De acordo com Paulo Bernardo, somente em
2013 o Google faturou R$ 3,5 bilhões de publicidade no Brasil. “E esse
dinheiro tem imposto? Os (mesmos) impostos que a mídia tradicional paga?
Não acredito que tenha”, questionou.
Segundo ele, ainda há espaço para o
recebimento de sugestões sobre o melhor modelo a ser adotado no país.
“Inclusive meus companheiros do PT, que muitas vezes se colocam
favoráveis a esse tema, acho que seria importante contribuir também”,
disse, deixando claro que não se referia a regulação de conteúdo. “Sou a
favor da liberdade de expressão”.